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Bing: por que largar a busca do Google pode ser uma boa ideia

- Créditos/Foto:DepositPhotos
- 06/Março/2025
- Sérgio Vinícius
Já faz tempo que a busca do Google não é mais a mesma – resultados imprecisos, muita propaganda desnecessária, respostas que atendem mais a questões comerciais (e de SEO, que ele mesmo inventou e acabou com boa parte da web) do que o que realmente interessa ao usuário.
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Daí, quando ele inventou a palhaçada de mudar o nome do Golfo do México para atender aos caprichos do maluco laranja lá – são três tons de abóbora, para falar a verdade. Como sabemos, se é laranja, é bonito. Se é abóbora, feio –, pensei em migrar para outros buscadores.
Foi a primeira vez que pensei nisso em anos – desde, sei lá, o Cadê? ou o Tay!. Esse último, aliás, era um metabuscador, que fazia pesquisas em outros sistemas de procura. A interface é linda – tempos de internet mais simples, de buscas mais moleque.

De cara, pensei que o Bing poderia ser uma boa ideia (também considerei o DuckDuckGo e o Ecosia, que em breve serão resenhados por aqui). Além do que, o 33Giga é parceiro da Microsoft, do MSN e tudo mais – então, não tinha muito motivo para não começar por ele.
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Bom, para facilitar minha vida, mudei o buscador padrão do Opera – tanto no smartphone como no desktop – para o bom e velho Bingão de meu Deus e resolvi avaliar por umas semanas. Houve várias surpresas positivas e alguns pontos negativos (que não chegam a ser surpresas).
Vou começar com os pontos desabonadores, que são bem poucos. O Bing não se dá bem com algumas plataformas do Google – em especial, Maps e YouTube.
Ao digitar um endereço no buscador do Google, ele já te leva diretamente ao local via Maps. Um clique e você está ali, no meio do mapa. No Bing, ele até retorna o Maps em primeiro lugar – mas sem o endereço, nem nada. Aí, é preciso entrar na plataforma e colocar a localização à mão.
A boa notícia é que, por não ter um sistema de mapas calibrado, o Bing te oferece muita resposta de outras plataformas. As quais, aliás e muitas vezes, nem lembramos que existem (tipo o Apontador) ou que são úteis de outras formas (site dos Correios).
A mesma questão do Maps se aplica ao YouTube. Ao procurar um vídeo e digitar “seu nome + YouTube”, o Bing mostra muita coisa até relacionada ao que se procura, mas não exatamente o que é buscado. É difícil explicar, mas é como se o site mostrasse quase o que ele deseja.
Por exemplo, ao procurar o melhor vídeo do YouTube (Ferry Boat Polka) na busca do Bing, a plataforma faz de tudo para não te mostrar. Como é possível perceber neste aqui.
Outro ponto dos vídeos é que o Bing oferece uma carta extensa de outras plataformas de filmes e roda em uma interface própria. Assim, o usuário não precisa entrar no site para ver o que se deseja (ou que quase se deseja). É bom e é ruim ao mesmo tempo.
Ah, sim, ainda o Google: o Bing também não leva o usuário diretamente ao Google Play (pelo menos, no Windows) ao digitar o nome de um app + Google Play. O boicote é grande (para a lojinha da Apple, ele vai suave).
Esses são os pontos mais desabonadores. Agora, os principais positivos, a meu ver, suplantam e muito os negativos. A começar que o Bing é da eterna empresa de Bill Gates (eu sei, eu sei) e ele é infinitamente mais boa praça que a turminha do Google. Steve Ballmer é um caboclo bacana também. E, embora eu não simpatize com milionários em geral, ambos são filantropos.
Claro que, nesse quesito, talvez o pessoal do DuckDuckGo, que preza pela privacidade alheia, e do Ecosia, que se importa com os jacarandás desse mundão, ganhe. Mas, vá lá. Ambos criaram o Windows XP, até hoje o melhor sistema operacional da história.
Dito isso, a busca do Bing é rápida e certeira. Em especial se o usuário procura por alguém. Ao digitar o nome, a interface já devolve, do lado direito da tela, a biografia com principais informações gerais. Ao centro, as últimas notícias sobre o caboclo. Há ainda área com vídeos, etc. É quase um livro do Ruy Castro, de tão completo.
Aliás, sabe Deus por que, o Copilot (IA da Microsoft, que ajuda nas buscas) quase sempre interpreta que o usuário está atrás de notícias frescas – então, reportagens surgem sempre nas primeiras colocações, em detrimento de páginas genéricas. E, apesar do jornalismo mundial e brasileiro estar tão combalido, isso é bacana.
Por exemplo, durante os testes, eu precisei saber mais sobre a biografia de Azealia Banks. Ao lado da biografia, das fotos, dos vídeos, descobri – por meio de uma reportagem delicada – que ela tem uma fabrica de sabonete de clareamento anal que faturava (à época do texto) R$ 15 mil ao mês.
Às vezes, ele leva às últimas consequências a questão das notícias. Em dado momento, eu somente queria saber como era o nome técnico do “rosto de um cachorro”. Cara? Focinhão? Rostão? Chinelão?
Bom, o Bing insistiu em me mostrar uma tragédia envolvendo o bicho, uma criança e um cara aleatório. Mas, enfim, ninguém é perfeito.
Entretanto, de forma geral, foi super bem nas respostas e, apesar do Copilot aparecer às vezes, não é aquela chatice do pentelho do Gemini do Google. Vale a troca? Depende, claro. Mas, por enquanto, estou satisfeito com o Bingão da Massa (que, de quebra, ainda informa a cotação do dólar de forma nativa e não forja resultados para prejudicar a economia, tal qual seu concorrente).