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4 conselhos sobre alimentação que sabotam o controle da diabetes

  • Créditos/Foto:DepositPhotos
  • 09/Junho/2025
  • Da Redação, com assessoria

Junto com o diagnóstico da diabetes, costuma vir uma avalanche de informações sobre alimentação – muitas delas imprecisas ou equivocadas. “Quando a pessoa descobre que tem diabetes, é despejada uma grande quantidade de informação. Muitas delas vêm de fontes que não são as mais indicadas para isso. Por isso é preciso ter cuidado com o que se lê e ouve”, alerta Leonardo Scandolara, médico e um dos criadores da Tia Bete, assistente virtual que orienta pessoas com a condição.

Um dos equívocos mais comuns é acreditar que a diabetes se resume a uma simples relação com o açúcar de mesa. Segundo Felipe Muller, nutricionista e outro criador da Tia Bete, a questão é mais complexa. “Muitas pessoas acreditam que só precisam evitar o açúcar refinado, mas ignoram que diversos alimentos se transformam em glicose no organismo – e o corpo não distingue se a glicose veio de um refrigerante ou de um prato de arroz branco. Ambos podem variar os níveis de açúcar no sangue de formas distintas”, explica.

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Nem tudo o que é natural está liberado

Outro equívoco comum é considerar que, por serem naturais, todas as frutas e vegetais são igualmente adequados para quem tem diabetes. “Alimentação natural realmente resolve quase tudo e é essencial para ter uma vida saudável. Mas quem tem diabetes precisa ter atenção especial com as frutas que têm índice glicêmico alto”, salienta Muller. O índice glicêmico mostra a velocidade com que o açúcar da comida chega no sangue. Quanto mais alto for esse índice, mais rápido aumenta o açúcar no sangue.

O nutricionista destaca algumas frutas que merecem atenção especial: banana bem madura, manga, melancia, uva e caqui. “Elas não são proibidas, mas é importante comer quantidades pequenas e com menos frequência para evitar picos de açúcar.”

Mais água

A hidratação adequada é frequentemente negligenciada nas orientações para diabéticos, mas pode fazer diferença no controle glicêmico. “Existem estudos indicando que pessoas com diabetes podem se beneficiar de uma ingestão adequada ou ligeiramente maior de água. Isso porque uma boa hidratação ajuda no controle glicêmico, facilita a eliminação do excesso de glicose pela urina, além de ajudar a prevenir problemas renais que são comuns em diabéticos.”

A conta para nortear o consumo de água de pessoas saudáveis é simples: 35 ml por quilo de peso corporal. Por exemplo, uma pessoa de 60 kg deve ingerir 2,1 litros de água por dia.

Não corte todos os carboidratos

A demonização dos carboidratos é outro equívoco comum que pode levar a desequilíbrios nutricionais importantes. “Na verdade, não precisa eliminar totalmente os carboidratos, mas escolher os tipos certos. Evite os carboidratos refinados, como açúcar branco, farinha branca, doces prontos e refrigerantes, que aumentam rapidamente o açúcar no sangue”, esclarece o médico.

O nutricionista enfatiza a importância de incluir carboidratos de qualidade. “Por outro lado, é legal incluir carboidratos bons, como tubérculos (batata-doce, mandioca e inhame), leguminosas (feijão, lentilha e grão-de-bico) e vegetais (brócolis, couve, abobrinha e cenoura), que ajudam a manter o controle da glicemia.”

Educação alimentar como ferramenta de autonomia

Muller destaca que, mais do que seguir regras rígidas, o fundamental é desenvolver conhecimento sobre alimentação. “As pessoas precisam entender melhor sobre alimentação, não só quem tem diabetes. Saber como cada alimento age no corpo, aprender sobre porções e quais são melhores para a saúde pode mudar completamente nossa vida”, afirma.

É nesse contexto que ferramentas de IA ganham relevância. “A Tia Bete, por exemplo, consegue ajudar muito bem, ensinando as pessoas a se alimentar melhor, contando carboidratos, dando dicas práticas e tirando dúvidas sobre o que comer no dia a dia, facilitando que cada pessoa consiga cuidar da alimentação com mais autonomia e confiança”, diz Scandolara.

O médico reforça: “não existem vilões absolutos nem soluções mágicas quando o assunto é alimentação para diabetes. O caminho mais seguro passa pelo conhecimento, pela moderação e pela personalização das escolhas alimentares de acordo com as necessidades individuais – sempre com acompanhamento profissional adequado”.

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